Cheguei naquela fase da vida em que já tô velha o suficiente pra falar coisas como “na minha época…”. Soube disso quando estava no Uber com minha filha, tocou um Robbie Williams - Angels.mp3 e eu virei pra um bebê de 1 ano e disse: “Aí Flora, essa é do tempo da mãe”. A idade, ela chega.
Daí que me vejo no lugar de fala de chegar pro jovem de hoje e dizer que cheguei na internet quando era tudo mato. Nem era tanto, mas considerando que a gente fazia site no Geocities, parece mesmo muito antigamente. Fiz ene blogues, tive fansites, colaboro até hoje com alguns veículos fazendo entrevistas. Mas faz tempo que não acesso essa voz aqui, que fica meio dormente, meio calada pro mundo.
Nunca achei que tinha coisas interessantes para atrair quem não mora dentro da minha cabeça, mas a vontade de dizê-las não passa. A coceira fica. E a verdade é que sempre tem alguém pra ler. Um sujeito que clicou numa tag e saiu aqui. Uma pessoa que me acompanha online desde sei lá quando.
Ensaio criar uma newsletter desde que passei a receber cartinhas no meu email. Faz tempo que eu penso que gostaria de fazer isso, de voltar a escrever, de me reconectar com quem também escreve e lê e pensa sobre a vida. Achei que era hora, então aqui estamos nós.
Imagina Só será um depósito de pensamentos de uma mente que tá exaustivamente ativa. Pensando nos resultados hipotéticos, tentando entender causas e consequências das coisas serem como são, imaginando o pior cenário possível - essas nóias básicas de gente ansiosa.
Joguei aqui, saí correndo. Se flopar, nunca existiu. Mas imagina só se vinga?